Jornal Francês “‘Le Monde'” afirma que um ‘desastre econômico sem precedentes’ afetará o Brasil

“O gigante sul-americano também deve enfrentar um colapso econômico de gravidade sem precedentes”, diz o jornal francês ao listar os impactos econômicos da pandemia e a falta de ação do governo Jair Bolsonaro.

 “O Brasil não tem só uma crise. Duramente abatido pela pandemia da covid-19, presa das confusões políticas de seu presidente, Jair Bolsonaro, o gigante sul-americano também deve enfrentar um colapso econômico de gravidade sem precedentes”. É com estas palavras que o jornal francês Le Monde traduz o cenário econômico do Brasil e projeta a extensão da crise que deverá se aprofundar no país. De acordo com a edição desta sexta-feira (12), a perspectiva do país “é muito sombria”. “O Ministério da Economia conta agora com uma queda no Produto Interno Bruto (PIB) de 4,7% em 2020. Previsões dramáticas, mas que parecem muito otimistas para a maioria dos estudos e economistas. Em vez disso, eles preveem uma queda de 6% a 10% da riqueza nacional este ano: uma recessão nunca registrada na história do Brasil”  Segundo  a FGV publicou números preocupantes”, no qual cita que “40% das empresas dos setores de comércio, indústria, serviços e construção já foram forçados a demitir todos ou parte de seus funcionários por causa da crise”.  O diário traz a análise de Monica de Bolle, economista e professora da Universidade Johns Hopkins, que narra que a “situação é ainda mais difícil, pois a crise atinge um país que mal se recuperou da “grande recessão de 2016-2017”, onde vigoram o alto desemprego, “acima de 11%”, “e desigualdades muito profundas, onde dois terços da população vive em condições de pobreza ou precariedade”.  “Acima de tudo, segundo ela, ‘o Brasil é infelizmente liderado por um governo passivo, que negou durante semanas a severidade da pandemia, bem como seu impacto na economia e que reage hoje de maneira improvisada”, diz o relato da economista.  O jornal finaliza com a afirmação de que tudo isso, no entanto, não significa um retorno ao crescimento. “A recuperação será lenta”. Mesmo que a pandemia desacelere, o Brasil não encontrará sua situação para além do vírus por vários anos. Até o final de seu mandato em 2022, Jair Bolsonaro poderia, portanto, ser reduzir a ter que lidar com a crise. Uma pena para um homem que se gabava de ‘não entender nada’ sobre economia.