Há 100 anos, a vila de Umburanas – atual município de Itapetim, em Pernambuco – se tornou o berço de um dos grandes nomes da literatura brasileira, Rogaciano Leite. Filho mais novo de uma família de dez irmãos, ele já era um poeta desde criança, quando priorizava os versos às obrigações no sítio de seu pai.
Sua vocação seria fortalecida com um ato aventureiro: saiu de casa ainda adolescente para acompanhar a viagem dos cantadores Antonio Marinho, Lourival Batista e Severino Pinto. E foi assim que começou sua trajetória na produção literária. Entre os diversos estados que passou para declamar poemas, o amor alencarino seria o motivo para fincar raízes em Fortaleza, a 600 quilômetros de sua terra natal. Apaixonado pela estudante Maria José Ramos Cavalcante, permaneceu na cidade e casou-se em 1954.Na capital cearense, sentiria o que desejou em um dos poemas da coletânea “Carne e Alma”, publicada pela primeira vez em 1950, por meio de amigos: “Mas… É melhor viver! Eu quero viver muito e amar ainda, quero cantar a vida, com prazer, e quero sempre ter muitas tardes assim, como esta tarde linda!”.