Quem testa mais e quem testa menos no Pajeú: levantamento repercute

Repercutiu o levantamento feito na Coluna do Domingão sobre os números de testagem nos municípios do Pajeú para responder à seguinte pergunta: que municípios da região estão testando mais e que cidades estão testando menos?

Como se sabe, na luta contra a Covid,  quão maior a testagem,  maior a verdade dos números e a possibilidade de isolar os positivados e seus contatos, aumentando o controle sobre a doença.

Do lado inverso, cidades que testam menos podem estar sendo alvo da subnotificação ou em sentido inverso fizeram um bom trabalho de barreiras sanitárias e isolamento e, com menos infectados,  tem menor necessidade de testagem. Mas esse cenário rigorosamente é exceção à regra.

De toda forma, autoridades sanitárias tem colocado que a maior testagem seguramente é um mecanismo que afere mais transparência na busca de dados reais.

Para saber o percentual de testagem por número de habitantes, houve a soma dos casos positivos, descartados e em investigação.  Algumas cidades dão publicidade a esse dado nos boletins.  Com ele, foi feito o cruzamento por número de habitantes.  Consideramos o último dado demográfico de população estimada do IBGE, de 2019. Outro parâmetro é que foram usados os dados até 10/7, pois algumas cidades não divulgam boletins nos fins de semana. Assim, vamos lá.

A cidade que mais testa no Pajeú  é Serra Talhada,  que chegou à 4,87% da população.  Foram 4.205 testes. Considerando a população de 86.350 habitantes,  chegamos a esse percentual.

Fecham o “top 5” Solidão (4,08%), Afogados da Ingazeira (2,84%), Carnaíba (2,63%) e Triunfo, com 2,25%.

Em sexto, Tabira, com 2,04%, seguida de Iguaracy (1,75%), São José do Egito (1,58%), Brejinho (1,55%) e Calumbi, com 1,37% fechando o ranking das dez.

Por fim, Ingazeira na posição 11 com 1,1%, Quixaba (12) com 1,07%, Flores (13) com 0,93%, Tuparetama (14) com 0,85%, Itapetim (15) com 0,72%, Santa Terezinha (16) com 0,36% e Santa Cruz da Baixa Verde (17), com 0,25%.

A média de testagem na região considerando 332.581 habitantes e 8.471 testes é de 2,55%.

O blog buscou mais duas cidades importantes do Sertão sobre as quais recaem suspeitas de subnotificação.  Em Salgueiro, a se considerar a média, tem testagem intermediária,  com 2,17% da população até agora. Arcoverde tem três vezes menor testagem que Serra Talhada: 1,4%. Poderia ser bem mais. Sertânia, colada na Terra do Cardeal testa mais: 1,8%.

A matéria sobre as cidades que testam mais ou menos gerou grande repercussão. Um outro dado sobre a subnotificação em Arcoverde chegou à redação.

O dado é  sobre o número de óbitos em relação a quantidade de casos. Em Arcoverde são 23 óbitos para 367 casos, com uma taxa bem maior que a média nacional e estadual, de 6,3% . Essa é uma das provas da subnotificação.

Pegando cidades similares na rota da BR 232, também tem percentual muito acima da média nacional, que é de 0,40%. Bezerros (5%), Salgueiro (4,9%) e Pesqueira (4,3%) estão mais de dez vezes acima da média nacional.

Na sequência,  Pesqueira (3,6%), Belo Jardim (1,9%) e Serra Talhada (1,4%).

Serra Talhada tem oficialmente 14 óbitos para 836 casos, Pesqueira, 16 óbitos para 444 casos;  Belo Jardim, 13 óbitos para 666 casos; Bezerros, 25 óbitos para 502 casos; Salgueiro, dez óbitos para 205 casos.

Arcoverde é a cidade que o maior percentual de óbitos em relação aos casos confirmados, refletindo falta de teste, por consequência, subnotificação dos dados da doença.